A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) recebeu, nesta quinta-feira (20), o Embaixador do Canadá, Emmanuel Kamarianakis, para discutir estratégias com o objetivo de estreitar as relações econômicas entre o Pará e o Canadá. A reunião, realizada no Observatório da Indústria na sede da FIEPA em Belém, contou com a presença de sindicatos da indústria e empresários. Foram abordados temas de interesse bilateral, como bioeconomia, exportação, mineração, transição energética, inovação tecnológica e investimentos.
Emmanuel Kamarianakis destacou a importância do Brasil como parceiro global e o potencial do Pará para fortalecer essa relação comercial. “O Brasil é um parceiro com quem temos muitos anos de colaboração e queremos não apenas reforçar as relações com o Pará, mas também com todo o Brasil. Esta é minha terceira visita a Belém, e temos interesse em dialogar com o governo, empresários, indústria e a FIEPA para fortalecer as relações bilaterais comerciais com este estado”, afirmou o embaixador.
Alex Carvalho, presidente da FIEPA, ressaltou o perfil econômico do Pará e as potencialidades regionais para o desenvolvimento de projetos em diversos segmentos, com destaque para a bioeconomia. “Estamos trabalhando para fortalecer essa pluralidade, aprendendo com o Canadá, que é um exemplo de desenvolvimento sustentável. Queremos usar nossos recursos naturais com responsabilidade e garantir que os benefícios sejam percebidos pela população”, afirmou Carvalho.
De acordo com dados do Centro Internacional de Negócios da FIEPA, em 2023, o Pará exportou para o Canadá produtos da cadeia mineral no valor de US$ 642 milhões, destacando-se alumina e bauxita, posicionando o estado como o quinto maior exportador brasileiro para o Canadá. Outros produtos exportados incluem carnes desossadas e congeladas de bovino e madeira. As principais importações do Canadá para o Pará são cloretos de potássio, reboques e semirreboques, máquinas de sondagem, rotativas e autopropulsadas.
O embaixador Kamarianakis mencionou a intenção de ampliar o diálogo para estabelecer relações comerciais em outras áreas. “Estamos discutindo transição energética, mineração estratégica, agronegócio e infraestrutura. Queremos melhorar a importação e exportação de diferentes produtos e fomentar investimentos e colaborações em geral”, afirmou.
Um dos tópicos discutidos foi a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025, em Belém. Carvalho apresentou a Jornada COP+, que visa qualificar o debate durante o evento e garantir resultados perenes. “Queremos parcerias de sucesso que tragam robustez e sustentabilidade à atividade industrial, promovendo inovação e crescimento sustentável”, explicou Carvalho.
O embaixador do Canadá expressou entusiasmo com a realização da COP 30 no Brasil e o desejo de fortalecer a colaboração em setores como mudanças climáticas e biodiversidade. “Estamos muito satisfeitos com a realização de uma COP no Brasil e teremos uma forte presença canadense, incluindo governo, sociedade civil, povos indígenas e ONGs. Queremos fortalecer essa colaboração em várias áreas”, comentou Kamarianakis.
O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Canadá nas Américas, com o comércio de mercadorias entre os dois países totalizando US$ 13,3 bilhões em 2023. As principais exportações canadenses para o Brasil incluem fertilizantes, máquinas e combustíveis minerais, enquanto as principais importações do Brasil para o Canadá são pedras e metais preciosos, produtos químicos inorgânicos e peças de aeronaves.
O investimento direto canadense no Brasil atingiu US$ 25,3 bilhões em 2023, representando um aumento de 20,1% em relação a 2022. O Brasil tornou-se o segundo maior investidor no Canadá no hemisfério ocidental, atrás apenas dos EUA, e o oitavo maior globalmente.
Fotos: Gecom FIEPA/Pedro Sousa
