No evento “Vozes do Agro 2024”, realizado na última terça-feira (29) em São Paulo (SP), Raul Protázio Romão, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, apresentou os avanços do estado e os desafios da agenda ambiental no agronegócio brasileiro. Protázio enfatizou que a sustentabilidade e políticas ambientais são essenciais para consolidar a imagem do setor no exterior e garantir sua competitividade em mercados internacionais.
Em sua participação no painel “Agenda Verde e o que o Agro Levará para a COP30”, o secretário detalhou as ações em curso no Pará para reduzir o desmatamento, fortalecer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e implementar sistemas de rastreamento na cadeia de carne bovina. Segundo Protázio, essas medidas são cruciais para o crescimento sustentável da pecuária e reforçam a posição do agronegócio brasileiro como um setor globalmente responsável.
“O Pará está avançando em áreas fundamentais como o CAR e o rastreamento da carne, medidas que não só abrem portas para novos mercados, mas também protegem os produtores das pressões externas que associam o setor ao desmatamento”, declarou o secretário.
Promovido pelo jornal O Globo, Globo Rural, Valor Econômico e CBN, o evento destacou também a importância da COP30, a ser realizada em Belém, como plataforma de diálogo sobre as políticas ambientais brasileiras. Para Protázio, a conferência oferecerá uma oportunidade para que o setor privado e produtores demonstrem seu compromisso com a sustentabilidade: “A COP cria espaço para que o setor mostre que a preservação ambiental e a produção agrícola podem caminhar juntas”, afirmou.
Protázio também destacou a necessidade de combater a percepção negativa do agronegócio brasileiro no exterior, comumente associada ao desmatamento ilegal. Segundo ele, a falta de um controle rigoroso sobre a expansão agrícola ameaça tanto a floresta quanto o clima nacional, prejudicando desde o valor das terras até o regime de chuvas em regiões como o Sul e o Centro-Oeste, que dependem do equilíbrio ambiental na Amazônia.
Cadastro Ambiental Rural e Recuperação de Áreas
Em sua apresentação, Protázio ressaltou o papel estratégico do CAR como uma ferramenta de monitoramento essencial no Brasil. Ele explicou que o CAR exige a colaboração contínua entre o Estado e os produtores, defendendo que as Associações de Produtores têm um papel central no processo. “O sucesso do CAR depende de uma análise colaborativa; não é apenas responsabilidade dos órgãos ambientais, mas uma ação integrada com o setor produtivo”, destacou.
Encerrando sua fala, Protázio sublinhou o potencial da Amazônia para um desenvolvimento agrícola sustentável e responsável, especialmente por meio da recuperação de áreas já degradadas. Segundo ele, a região tem uma oportunidade única de expansão sem a necessidade de novos desmatamentos.
“Queremos que o setor seja um exemplo de impacto positivo, reduzindo emissões e utilizando práticas sustentáveis, como o plantio direto e a rastreabilidade completa. A COP 30 será uma chance ideal para mostrar esse compromisso”, concluiu.
Fotos: Ascom Semas