O Pará fechou o ano de 2024 com um saldo comercial positivo de US$ 20,9 bilhões, consolidando-se como um dos três maiores exportadores do Brasil. O crescimento das exportações foi de 3,06% em comparação com 2023, totalizando US$ 22,9 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 2,05 bilhões, representando um aumento de 7,26%. Os números foram divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA CIN), com base em dados do Ministério da Economia.
Com 77,9% de participação nas exportações da Região Norte, o Pará reafirmou sua liderança regional e conquistou a sexta posição no ranking nacional de exportações, atrás apenas de estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
Projeções para 2025
Alex Carvalho, presidente da FIEPA, destacou que, apesar do protagonismo do Pará, há desafios para diversificar a economia. “A verticalização da produção industrial é um passo essencial para que o Estado amplie sua contribuição ao desenvolvimento. Precisamos avançar na modernização da infraestrutura logística, destravar impasses ambientais e atrair novas indústrias, especialmente no setor de bioeconomia, garantindo um crescimento sustentável em 2025”, afirmou.
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, consolidado em dezembro de 2024, é visto como uma oportunidade para ampliar a presença do Pará no mercado europeu, especialmente em setores estratégicos como mineração e produtos agropecuários.
Mineração impulsiona exportações
O setor mineral foi responsável por 84% das exportações paraenses em 2024. Apesar de uma leve queda de -1,53%, o minério de ferro liderou, movimentando US$ 12,7 bilhões com 168 milhões de toneladas exportadas, principalmente para a China. Outros produtos minerais, como cobre (alta de 24,48%) e alumina calcinada (crescimento de 16,33%), também tiveram desempenhos expressivos.
Destaque para produtos agropecuários
Produtos como soja e carne bovina também se destacaram. Apesar da queda de -9,31%, a soja exportou US$ 1,5 bilhão para a China. Já a carne bovina cresceu 45,62%, atingindo US$ 736,5 milhões, impulsionada pela habilitação de novos frigoríficos para exportação à China e pela expansão para mercados como Israel e Emirados Árabes.
Novos mercados e diversificação
Produtos não tradicionais, como sucos de frutas (crescimento de 40,72%) e pimenta tipo “Piper” (alta de 55,63%), ganharam destaque, com destinos principais na Alemanha e nos Estados Unidos. Outras categorias, como palmito, arroz e farinhas, registraram crescimento significativo, fortalecendo a diversificação das exportações.
Rotas e logística
O escoamento das exportações ocorreu, principalmente, via marítima, com destaque para o Porto de São Luís (MA), que movimentou US$ 16,2 bilhões, principalmente em minério de ferro. No Pará, o Porto de Belém exportou US$ 5,3 bilhões, com produtos como soja e alumina calcinada.
Cidades paraenses em evidência
Canaã dos Carajás e Parauapebas se consolidaram entre as cidades brasileiras que mais exportaram em 2024, com US$ 6,7 bilhões e US$ 6,2 bilhões, respectivamente. Barcarena também se destacou, exportando US$ 3,1 bilhões, impulsionada pela comercialização de corindo artificial, alumínio e soja.
Perspectivas positivas
Cassandra Lobato, coordenadora da FIEPA CIN, acredita que 2025 será promissor. “O mercado asiático seguirá como principal destino das exportações paraenses, enquanto a União Europeia deve ganhar relevância com o acordo de livre comércio, fortalecendo nossa presença no mercado europeu”, afirmou.
Com o Pará consolidado como líder na Região Norte, as expectativas são de crescimento contínuo, fortalecendo a economia regional e ampliando os horizontes comerciais do Estado.
Foto: Divulgação/FIEPA