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MULHERES AVANÇAM NA ENGENHARIA E GANHAM DESTAQUE EM SETORES INDUSTRIAIS ESTRATÉGICOS

Apesar de ainda serem minoria, elas ocupam posições relevantes em áreas ligadas à eficiência e sustentabilidade. Exemplo disso é a paraense Anna Paula Favacho, que coordena o setor produtivo de uma das maiores empresas do país.

No Brasil, apenas 20% dos profissionais registrados na engenharia são mulheres, segundo dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Embora a desigualdade ainda seja expressiva, o cenário aponta mudanças: entre os engenheiros com mais de 60 anos, apenas 12% são mulheres; já entre os profissionais com menos de 30 anos, uma em cada três é do sexo feminino.

O avanço acompanha o espírito do Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, comemorado em 23 de junho. Criada em 2014 pela Women’s Engineering Society (WES), no Reino Unido, a data virou campanha internacional em 2016. Seu objetivo é ampliar a participação feminina nas áreas técnicas e exatas, além de valorizar conquistas e incentivar novas gerações.

Um dos exemplos desse movimento é Anna Paula Favacho, engenheira paraense que atua como coordenadora de Planejamento e Controle de Produção (PCP) na Alubar, empresa líder na fabricação de cabos elétricos de alumínio na América Latina. A inspiração surgiu cedo. Enquanto a mãe trabalhava na indústria, ela acompanhava o pai mecânico, que desenvolvia soluções na oficina mesmo sem formação acadêmica. “Sempre admirei a forma como ele analisava uma falha e criava uma solução. Era mais do que consertar, era engenharia na prática”, lembra.

Formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), campus de Abaetetuba, Anna começou como estagiária na Alubar. Passou por cargos de assistente, analista e hoje lidera a área responsável por garantir que os produtos sejam fabricados dentro dos prazos e com o melhor aproveitamento dos recursos. Segundo ela, o planejamento preciso contribui diretamente para a eficiência operacional da empresa e para a transição energética nacional. “Nosso trabalho assegura a confiabilidade na entrega dos cabos que alimentam o sistema elétrico do país”, afirma.

Além da eficiência, a sustentabilidade orienta as decisões do setor. A equipe busca minimizar o uso de energia, reduzir perdas de matéria-prima e otimizar os processos. “Essa prática melhora os custos e reduz o impacto ambiental da atividade industrial. É um compromisso que reforça a responsabilidade da Alubar com o futuro”, destaca a engenheira.

Anna acredita que a valorização de trajetórias femininas na engenharia fortalece o interesse de outras jovens. “É preciso mostrar que há espaço para todos na construção de soluções para o futuro. Referências como Marie Curie, que abriu caminhos em tempos de muitas barreiras, me inspiram a seguir em frente e enfrentar novos desafios.”

O caminho para maior equidade na engenharia ainda exige avanços, mas histórias como a de Anna mostram que talento, preparo e visão estratégica já garantem às mulheres protagonismo em áreas decisivas para o desenvolvimento do país.

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