A morte recente de um empresário de Pirassununga (SP), ocorrida em São Paulo após um peeling de fenol realizado por uma “influencer” sem qualificação adequada, trouxe à tona os perigos dos procedimentos estéticos complexos quando feitos por pessoas não capacitadas. Este episódio trágico sublinha a necessidade de compreender os riscos envolvidos e a importância de escolher profissionais qualificados.
Segundo a dermatologista Raquel Rennó, docente do IDOMED, o peeling de fenol é um tratamento que deve ser reservado para situações específicas, onde outras opções menos agressivas não funcionam. “O peeling de fenol é indicado para tratar cicatrizes profundas de acne, rugas marcantes e danos severos causados pelo sol. Devido ao seu alto risco de complicações, é considerado um tratamento de última linha”, explica.
A Dra. Raquel ressalta ainda os possíveis efeitos adversos do procedimento: “O uso de fenol pode resultar em descamação intensa, vermelhidão prolongada e, em alguns casos, clareamento excessivo da área tratada. Portanto, é crucial que o procedimento seja realizado em um ambiente médico controlado e com monitoramento adequado”.
Além disso, a dermatologista destaca a necessidade de um acompanhamento médico rigoroso durante e após o tratamento. “O fenol pode causar sérios danos sistêmicos, e a recuperação pode ser longa e dolorosa, exigindo cuidados intensivos para prevenir infecções e outros problemas”, afirma.
O procedimento de peeling de fenol pode custar em torno de 15 mil reais, conforme a professora Dailys Bergesch, do curso de Estética e Cosmética da Wyden. Devido ao alto custo, algumas pessoas sem a devida qualificação tentam realizar o procedimento, o que aumenta os riscos. “É essencial realizar exames prévios para avaliar a saúde do paciente e garantir que o profissional esteja preparado para lidar com quaisquer complicações que possam surgir”, ressalta Dailys.
O fenol, que ganhou popularidade na década de 60 e nos anos 90, hoje tem uma indicação muito restrita. “O uso de fenol pode ser perigoso, afetando o sistema nervoso, cérebro, coração e fígado, por isso requer extrema cautela”, alerta Dailys.
A especialista adverte que muitas vezes as pessoas buscam resultados rápidos sem considerar as contraindicações. “O fenol pode provocar arritmias cardíacas, dificuldades respiratórias, fraqueza muscular, perda de coordenação, convulsões e até mesmo levar ao coma e morte, como visto neste caso lamentável”, conclui.
Cinco dicas para um peeling de fenol seguro
A dermatologista Raquel Rennó oferece cinco recomendações essenciais para garantir a segurança ao considerar um peeling de fenol:
Escolha um profissional qualificado: Certifique-se de que o procedimento seja realizado por um dermatologista ou um esteticista com formação e experiência comprovada em peelings de fenol. Verifique as credenciais e as avaliações de outros pacientes.
Realize uma avaliação médica completa: Antes de se submeter ao peeling, passe por uma avaliação médica detalhada para identificar possíveis contraindicações. Exames cardíacos e de função hepática e renal são essenciais.
Entenda os riscos e benefícios: Discuta com o profissional todos os possíveis riscos, complicações e benefícios do peeling de fenol. Esteja ciente do processo de recuperação e dos cuidados necessários após o procedimento.
Realize o procedimento em um ambiente adequado: O peeling de fenol deve ser feito em um ambiente médico controlado, equipado para lidar com emergências. Evite locais sem a infraestrutura necessária.
Siga as recomendações pós-procedimento: Após o peeling, siga rigorosamente as instruções de cuidados fornecidas pelo seu médico, como evitar a exposição ao sol e usar os produtos recomendados para a recuperação da pele. Compareça a todas as consultas de acompanhamento para monitorar a cicatrização.
Essas orientações ajudam a minimizar os riscos associados ao peeling de fenol, assegurando um procedimento mais seguro e eficaz.
Fonte: Ana Laura Carvalho / Jornalista